sexta-feira, setembro 24, 2004

 

Uma gaivota voava voava

Não é que eu tenha começado isto para ser um blogue político. Não foi e não é.
Mas ao olhar para trás, para aí 66% dos posts são políticos. Ora eu ia escrever sobre a vida, as vissicitudes, a cervejola, a caganeira, gaijas e outras coisas que me dessem na pinha. Acabei a falar de política, que é desporto nacional. Pior só futebol. Tá bem, também falei da televisão e de putas, mas em menor escala.

Atão agora vou só escrever sobre política, porque ainda hoje ouvi cantar, sentidamente e com empenho “uma gaivota voava voava, asas de vento coração de mar” ora francamente, para quem conhece a gaivota É UM BICHO IMUNDO. Tem um grasnar horrível, é feia, feia, feia, oleosa como o caraças e tem poucos princípios e é cobarde. O raio do bicho é todo mau, só fica vagamente bonito contra o pôr do sol, mas se estiver muito ao longe. Em terra parece um pato parvo com o nariz entupido. Porque é que não fizeram uma música sobre o milhafre “Uuuum milhafre voava voava, asas de vento coração de serra. Como ele somos livres, somos livres, somos livres de plantar a terra”. Não vou lá. É como o falconídeo do Benfica. Não lembra ao diabo dizer “ÁGUIA DO BENFICA” “...é pá, pera aí, águia não pode porque morde o tratador” “Atão pá põe lá um pássaro mais meigo com um aspecto altivo e a gente chama-lhe a “ÁGUIA DO BENFICA”” “boa ideia chefe” (aliás acho que o projecto ÁGUIA DO BENFICA teve alguma coisa a ver com o Xavier da Staples e note-se que nem o Sporting caíu na cretinisse de comprar um lince da Malveira(também, se caísse, o actual presidente pintava-o de preto e vendia-o ao Boavista), nem o Porto arranjou uma iguana ou um comodozito) mas o ponto é que, não sendo uma águia, não tendo a agressividade e a nobreza da águia, PARECE QUE TEM, o que o desgraçado do Laridaidio que voava voava, a não ser que estivesse para rebentar uma tempestade, NÃO PARECE. Não parece a águia do Benfica. Não parece a águia das legiões romanas, não parece sequer a águia da liberdade (há pois, também há uma). Nem o desgraçado do Fernandinho Capelo a gaivota típica parece.
Aliás, o Fernandinho é um livro subaproveitado, pois ensinava as gaivotas, básicamente A DEIXAREM DE SER GAIVOTAS.
Ora eu depois disto e para uma música inspiradora, acho que punha um caranguejo
“O caranguêêêêjo, vai por onde quer ir
Anda por aí de lado com a cabeça em coisas mais belas
Só por ele,vale a pena, vale a pena subir
Largar âncora a içar velas
Como ele, como ele, somos livres
De partir”
ou
“O garrano partiu
Nunca mais ninguém o viu
Foi em busca de um sonho e éguazitas
Acabou em bife com batatas fritas”

Não, pois não. Esta é um bocado pouco inspiradora. E daí já não sei. Até aposto que “Bife com batatas fritas e um ovo a cavalo se ganharmos” até é um grito mais prometedor para a maior parte dos haitianos do que “liberdade e igualdade para todos” “mas ó soba, e atão vamos comer melhor?” “nem por isso jambo, mas tens liberdade” “e o que é que eu faço com ela todas as manhãs?” “Então o que é que querias fazer com o bife todas as manhãs?” e é assim que os oficiais dos exércitos revolucionários calam as suas hostes. E é por isso que normalmente uma ditadura é reposta por outra (não é só por isso, mas também é por isso)

Comments:
E como ouvi dizer, também custa ver clubes racistas como o Benfica em que "A ÁGUIA" tem um tecto por cima, mas "o preto" está à chuva. Acho feio, ainda por cima aproveitarem a imagem de um gajo que lhes deu e dá tudo para fazerem uma declaração política deste tipo
 
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