quinta-feira, setembro 30, 2004

 

Trânsito

Criámos a ideia que andar devagar e a travar muitas vezes é que guiar bem.
Criámos a ideia que é seguro travar mesmo à frente dos outros e antes das curvas
Criámos a ideia de que as estradas são para nunca mais chegar (ao trabalho, à escola, a qualquer coisa que tenhamos marcado)
E depois criámos a ideia que o trânsito é desculpa para os atrasos. E isto é o que me parece estranho. Não vale a pena explicar que, quanto mais um condutor sente a necessidade de usar o travão menos vai a uma velocidade controlada, que travar nas curvas é perigoso, que as estradas são meios privilegiados para chegar onde queremos e, se não temos nem pressa nem horas, devemos ir de transportes públicos e não de automóvel. Porque o problema inerente é que cada macaco é responsável pelo que faz, cada um por si, ou seja, se eu chego sistematicamente atrasado por causa do trânsito, então tenho é que começar a sair mais cedo.
Se tenho galos sistemáticos, talvez seja de deixar de mandar cabeçadas nas paredes.
Se acordei com um esquentamento, só é culpa minha ter ido às putas sem camisa de Vénus.
Se passo o tempo a jogar a dinheiro, só é culpa minha estar falido. Não é culpa nem do gajo que ganhou, nem “do jogo”
Se caiu um raio, não é culpa do governo, que devia plantar pára-raios como o Joãozinho dos Laranjais, é culpa do gajo que se pôs à chuva com uma tempestade eléctrica.

Cada qual é responsável por si, por chegar a tempo e por o trânsito andar. E de preferência BEM. Ou seja, quem tem tempo sai mais tarde, quem está atrasado sai mais cedo, quem não segura os nervos como o energúmeno que se pôs a insultar-me hoje de manhã do carro de trás, a chamar nomes e a dar murros no tecto, que mande três cabeçadas na parede antes de se meter no carro e, se os nervos derem outra vez, pare o carro e mande mais três noutro lado qualquer. Isto é que deveria ser o ambiente das estradas portuguesas. Serenidade, velocidade e cortesia.

quarta-feira, setembro 29, 2004

 

Momento de poesia

Atão vamos lá.

Foge o pargo, foge o atum
Vai tudo a correr e não fica nem um
Foge a piranha, foge o tubarão
Todos com manha, foge tudo ao Bagão

Antes na Manuela (a Leite e não a da boca de buracão)
Tinham-lhe respeito quando fugiam e era com educação
Hoje como isto tá a malta balda-se a pagar
Fogem uns fogem todos, é tudo a andar

É bonito é e boa vai ela,
Quem cava dessa maneira é que sabe dar cavadela
Para quê não fugir se toda a gente o fazia?
Basta olhar para as notícias e ver a correria

Os sindicatos a dizer que os pequenos é que vão pagar.
Assim, não pagam ainda mas vão lá chegar
As confederações a dizer que o capital se vai embora se começar a pagar
Tão é porque ainda não paga nem que começar

A falta de propósito da malta a falar em nome dos outros é tal
Que a malta já viu que isto vai acabar mal
Té o Bagão diz que vai acabar com os benefícios e benesses
No IRC e no IRS



terça-feira, setembro 28, 2004

 

Bush

É estranho. O homem vai ganhar as eleições na américa, mas só lá. No resto do mundo já perdeu, o que é de estranhar até porque começou uma guerra, e essas merdas todas.
Só eu é que sou a favor dele na Europa.
Como dizem os franceses: "cuuuuule!!!!"

domingo, setembro 26, 2004

 

Não é justo não senhora, mas é assim

A desgraçada da repórter da SIC a olhar para uma iraquiana e perguntar "Have you ever been kissed by a boy?" e a moça, que parece um cavalo (um cavalo dentro de uma burca tipo saco de batatas) responde a medo "no…", para logo a seguir podermos observar a reporter (com cara de ponei) que, envergando um traje tipo Xerazade, fala das privações das mulheres iraquianas.
Ora se a outra tem olhado para ela e dado uma resposta tipo:
"Nã filha, tó me a guadari", não ficava tão longe como isso tudo da mulher portuguesa 13 anos de à 20 anos.
E perdeu-se uma bela resposta. E a dita da repórter escusava depois de andar pela ondas aéreas a falar da opressão da mulher iraquiana como se fosse direito e dever de cada gaija andar a levar com ele todos os très quinze dias, porque não é. Basta olhar para ela, vestida de Xerazade escondida lá no bazar para não ser apedrejada com as outras desavergonhadas, mas ver bem a cara da senhora, para perceber que não é. Nem no semi novo Irão, nem cá.
Nem a madame tem o direito de levar com ele regularmente (e, com essa voz é duvidoso que se aconchegue, mesmo vestida de ouro sobre vermelho ) nem a gente a obrigação de ouvir os seus devaneios na TV, que é feita para a malta descansar a cabeça. Façam como nas notícias da TVI que têm morenas horríveis a fazer de loiras burras, mas que pelo menos mostram que tentam ter piada, vale pelo esforço com o caraças! Aquilo é que é show TV.
Então anda cá um gajo, a ver andar esta malta toda, e as gaijas, à quarenta anos a dizer que são como os gajos, e depois não querem lá ver que não acham que não têm de se dar ao trabalho de engatar.
Pois não tem o direito ao aconchegozito, não senhora, como não tem o direito a ser inteligente, que não é preciso óbviamente para ser jornalista. A ver se a moça dos olhos verdes não tinha desaparecido de circulação com a actividade toda que tinha. Agora, se eu vir a coitada da iraquiana do saco de batatas, aquilo que lhe explico é que ela de facto tem, é o direito de pregar duas marretadas na próxima desgraçada que for lá gozar com a cara dela, afinal andou-se a lutar no Iraque, para quê?
Trucidaram- se prisioneiros de guerra, desiquilibrou- se o mercado pertolífero (ok, não foi só, mas a intenção é que conta) para quê, se não pelo jovial direito de uma nativa poder pregar um par de berlaitadas numa camone qualquer que se faz de esperta, sem causar mal estar internacional? Aliás depois são legalmente julgada e a ocidental é condenada.

sexta-feira, setembro 24, 2004

 

Uma gaivota voava voava

Não é que eu tenha começado isto para ser um blogue político. Não foi e não é.
Mas ao olhar para trás, para aí 66% dos posts são políticos. Ora eu ia escrever sobre a vida, as vissicitudes, a cervejola, a caganeira, gaijas e outras coisas que me dessem na pinha. Acabei a falar de política, que é desporto nacional. Pior só futebol. Tá bem, também falei da televisão e de putas, mas em menor escala.

Atão agora vou só escrever sobre política, porque ainda hoje ouvi cantar, sentidamente e com empenho “uma gaivota voava voava, asas de vento coração de mar” ora francamente, para quem conhece a gaivota É UM BICHO IMUNDO. Tem um grasnar horrível, é feia, feia, feia, oleosa como o caraças e tem poucos princípios e é cobarde. O raio do bicho é todo mau, só fica vagamente bonito contra o pôr do sol, mas se estiver muito ao longe. Em terra parece um pato parvo com o nariz entupido. Porque é que não fizeram uma música sobre o milhafre “Uuuum milhafre voava voava, asas de vento coração de serra. Como ele somos livres, somos livres, somos livres de plantar a terra”. Não vou lá. É como o falconídeo do Benfica. Não lembra ao diabo dizer “ÁGUIA DO BENFICA” “...é pá, pera aí, águia não pode porque morde o tratador” “Atão pá põe lá um pássaro mais meigo com um aspecto altivo e a gente chama-lhe a “ÁGUIA DO BENFICA”” “boa ideia chefe” (aliás acho que o projecto ÁGUIA DO BENFICA teve alguma coisa a ver com o Xavier da Staples e note-se que nem o Sporting caíu na cretinisse de comprar um lince da Malveira(também, se caísse, o actual presidente pintava-o de preto e vendia-o ao Boavista), nem o Porto arranjou uma iguana ou um comodozito) mas o ponto é que, não sendo uma águia, não tendo a agressividade e a nobreza da águia, PARECE QUE TEM, o que o desgraçado do Laridaidio que voava voava, a não ser que estivesse para rebentar uma tempestade, NÃO PARECE. Não parece a águia do Benfica. Não parece a águia das legiões romanas, não parece sequer a águia da liberdade (há pois, também há uma). Nem o desgraçado do Fernandinho Capelo a gaivota típica parece.
Aliás, o Fernandinho é um livro subaproveitado, pois ensinava as gaivotas, básicamente A DEIXAREM DE SER GAIVOTAS.
Ora eu depois disto e para uma música inspiradora, acho que punha um caranguejo
“O caranguêêêêjo, vai por onde quer ir
Anda por aí de lado com a cabeça em coisas mais belas
Só por ele,vale a pena, vale a pena subir
Largar âncora a içar velas
Como ele, como ele, somos livres
De partir”
ou
“O garrano partiu
Nunca mais ninguém o viu
Foi em busca de um sonho e éguazitas
Acabou em bife com batatas fritas”

Não, pois não. Esta é um bocado pouco inspiradora. E daí já não sei. Até aposto que “Bife com batatas fritas e um ovo a cavalo se ganharmos” até é um grito mais prometedor para a maior parte dos haitianos do que “liberdade e igualdade para todos” “mas ó soba, e atão vamos comer melhor?” “nem por isso jambo, mas tens liberdade” “e o que é que eu faço com ela todas as manhãs?” “Então o que é que querias fazer com o bife todas as manhãs?” e é assim que os oficiais dos exércitos revolucionários calam as suas hostes. E é por isso que normalmente uma ditadura é reposta por outra (não é só por isso, mas também é por isso)

quinta-feira, setembro 23, 2004

 

O código de estrada

Pois estranhei.
Estranhei sim senhora, mas hoje já pecebo.

Ora um gajo esgrime-se a trabalhar (pouco e mal, pelo que dizem os dados da Comunidade porque a produtividade está baixa) depois flagela-se a pagar impostos (mal porque o que há mais por aí são gaijos do governo a falar na evasão fiscal e gaijos dos sindicatos a dizer que vão ser os mais desfavorecidos a pagar impostos, e gaijos das confederações a dizer que se o grande capital for penalizado vai-se embora, donde se depreende que do mais desfavorecidinho ao maior tubarão toda a malta ainda foge. mas vou escrever sobre isto noutro lado). Depois de pagar impostos o desgraçado leva nos cornos da patroa (ou a patroa dele. Isto eu depreendo pela quantidade de bares de alterne e puta mesmo que existe em Portugal, que para quem ainda se lembra da polémica europeia das "Mães de Bragança", é maior que o resto da Europa e também me tenho de lembrar de escrever sobre isto). Ora depois, a grande custo (a ver pelo número de portugueses que de facto conseguem chegar à urna), a um custo do caraças votam.
Depois deste esforço todo, andam todos atrasados para chegarem onde querem. Ai andam andam. E aqui acontecem duas coisas:
1) Estão tão cansados que conseguem ultrapassar todos os limites de velocidade.
2) Esforçaram-se tanto que vão beber o merecido copo de 3, imperial, whisky ou outro aconchegante da sua escolha.
Não necesseçáriamente por esta ordem.
E depois pergunta-se:
Para quê tanto esforço?
Porquê?
Ora eu, depois de ver ontem a discussão sobre o projecto de lei do código de estrada não percebo. não chego lá.
Ora então o ministro foi discutir o código de estrada à Assembleia, discussão fundamental para pôr ordem no que a malta da política chama "o campo de batalha".
Aí foi ele.
Ora a malta da Assembleia sabia, pois sabia, porque tinha marcado, como manda a lei. E a lei ali até parece que manda.
Só que os deputados não estavam lá. E os que estavam adormeciam (nota honrosa para o Dr. Narana Coissoró que conseguiu evitar adormecer, apesar de bem lhe apetecer. Aquilo é que é um senhor. Notóriamente fez o esforço que os outros não conseguiam). E os que não adormeceram conversavam por fora. E os que não tinham conversas laterais, para aí três em cada altura que se visse, expressavam o acordo e a falta de conhecimento do diploma.

Ora a malta paga isto.
E paga bem. Incluíndo o ministro, que teve que parar para ir mijar ou beber a bica, porque a páginas tantas não estava lá.
E o código de estrada tem lá coisas que lixam os outros milhões de nós bem lixados. Caça cartas a dar com pau, limpa ordenados à tripa forra, chama criminosos à malta.
Agradecemos e compreendemos a preocupação dos Verdes para mostrarem que sabem daquela merda dos cancerígenos na cidade integrados nas emissões.
Alguém devia pensar que gajo que bebe e guia é criminoso, mas tão criminoso como ele deveria ser considerado o individuo que lhe vendeu o alcool.
Alguém devia parar e pensar que se a malta sistemáticamente ultrapassa limites de velocidade, eles deviam ser mudados (porque penso que, ao contrário dos copos esta é uma actividade generalizada)
Com a agravante que os nossos governantes não dão o melhor exemplo.

É que eu não percebo: há uma série de gajos que querem matar o touro e altera-se a lei porque é prática corrente. há uma série de mulheres que abortam e pondera-se alterar a lei porque esta não pode nem deve ser rígida nem desadequada da realidade.
Eu não conheço um condutor que não quebre os limites de velocidade, e este assunto nem é tratado numa sessão de sesta à tarde na Assmbleia da Républica Portuguesa. E depois um excesso de velocidade pode custar a carta e mais quatro ordenados médios.
E a malta continua a falar em leis para os outros, que por alguns pagam todos, como se não ultrapassássemos todos sistemáticamente a velocidade máxima. Assim não.
Percebo que haja assuntos mais importantes e que o dia a dia dos outros oito milhões de nós não seja muito importante. Isso já percebo

sexta-feira, setembro 17, 2004

 

Prostituição



Não é um flagelo. É uma maneira de uma srª, que não consegue ir para a cama com ninguém, por mais que tente, se vestir decentemete (saia e sapato de verniz ou bota) mandar umas e ainda receber o suficiente para manter o guarda fato.

quarta-feira, setembro 08, 2004

 

A malta é toda a mesma

Vivó Santana. Afinal o terrorismo não é razão para atacar o Iraque.
Afinal os americanos, agora vão poder dizer que os portugueses são uns vira casacas, que primeiro apoiaram o Saddam e venderam-lhe armas, depois atacaram -no por causa do petróleo ("Yes and they tell us that it was us, and that they convinced us because of terrorism, but they are false like the 2 dollar bill!!!") e que agora dizemos que não temos nada a ver com isso.

Pá eu tou de acordo. Tou mesmo. A memória tem mesmo que ser tão curta que dê para a malta poder chamar falso aos outos.

Até tou a ver o telejornal da TVI (entre duas criancinhas que sofrem de infecção no ranho superior e uma senhora de 93 anos a mostrar as varizes e a dizer que não tem quem lhe limpe o rabo paí à 12 anos, mas que não se lembra bem) com a Manelinha Guedes a pôr vóz grossa num sorriso de escárnio pré adolescente a dizer "pois!... eles agora dizem que é culpa nossa!"

Vivá Manelinha. Num país em que a malta achava que os telejornais eram chatos e grandes, houve duas grandes revoluções em prol da teleinformação:
O Nutícias da Sic
O Jornal da Noite da TVI.

Claro que o nutícias até dava noticias mais ou menos importantes, falava a sério desta merda e dos outros vales de lágrimas todos e mostrava gaijas muiiiito melhores, mas tem um defeito, há isso tem: acabou com as gaijas e pôs lá um computador. Eu até era a favor das gaijas que eram qualquer coisinha para ver enquanto se ouvia falar das atrocidades que as várias maltas vão cometendo, tipo notícias TSF com marketing.
Ora a Manelinha Guedes até tem uma boca para pôr um cavalo a sonhar, um sorriso que tenta ser cativante, mas não é o mesmo. Não é. Não é e prontos.
Nem a nível de imagem (importantíssima) nem a nível da qualidade das noticias nem sequer, pasme-se! a nível do bronze.
Safa-se no share (ibopi) com "Estórias de interesse humano"

Um brinde ao Nutícias e às esforçadas moças que puseram Portugal a ver um notíciário rigoroso. Desse no que desse, de facto o Dr. Balsemão sabe mais de informação que de política. Não dá barracadas várias tipo Ferro Rodrigues.

Vivó Lider do PS.
Quem quer que venha a ser. Agora pôr o comício do Sócrates cheio da malta e a seguir o João Soares a dizer :
"Ai, é verdade, ele lançou a campanha numa sala pequena para parecer que tinha muitos apoiantes.
Mas eu, quando lançar a minha campanha, também se vai ver que tenho muitos apoiantes, ai tenho tenho"

Isto sózinho num jardim, e uma semana depois um Manel Alegre a fazer , com o grau tribunístico que lhe é reconhcido, o ribombante discurso da esquerda no PS também não se faz, parece o "Joãozinho na terra da política". ora eu sou contra achincalhar assim uma pessoa, só porque não sabe bem o que anda a fazer, apesar de saber bem o que quer, ao contrário do Dr. Sócrates.
Ora eu se fosse do PS, digo já que votava no Manel Alegre. Não há que saber.

Vivó Santantónio, Vivó São João, Vivó 10 de Julho e a Restauração.
Viváté São Bento, seeeee nos quiser dar
Muitos feriados para celebrar.

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