quinta-feira, outubro 14, 2004

 

Anda tudo ao mesmo

Recapitulando:
a Agência Internacional da Energia Nuclear diz que faltam prédios no Iraque. Não é grave dado o estado de coisas que por lá vai, faltar um prédiozito ou outro. Um gaijo vai visitar um xeique e de presente leva-lhe um prédio que sacou, de caminho, ali na baixa de Bagdad, “Tome lá xeique Ibn Fá Sa Sisso, um edificionzinho, que vai fazer maravilhas aqui no seu canto do deserto.” “Ó Sulimaleque, filho, mas o que é que eu faço com isto, não é como se desse para lá pôr camelos ou um poçozito de petróleo.” “Não, xeique Ibn Fá Sa Sisso, é mais decorativo. Olhe ponha-lhe uma toalhita por cima com um vaso de flores e vai ver que as susas mulheres vão passar a tratá-lo de outra maneira... da maneira como isso é radioactivo, as flores estão com 15 metros não tarda nada!” “Radiativo... radiativo como ó meu cabrão, leva mas é essa merda para o outro oásis imediatamente!” “Ó. Lá tá o xeique Ibn Fá Sa Sisso, a zangar-se antes de tempo. É só uma radiaçãozita, que este prédio era para fazer bombas OU MATERIAL CIVIL”.
Ai pois é, eu não disse? Os prédios que lá faltam eram prédios monitorizados pela agência supra citada, que tinham equipamento (note-se “de precisão”) para enriquecer urânio, permitindo a quem o utilizasse (depois de estudar física durante 15 anos) criar material para fins militares OU CIVIS. E acento o “CIVIS, porque agora é moda dizer bem do Saddam, tadinho que até foi operado à coluna, parece que à ernia. Quase como o Fidel, essa grande coqueluche da política internacional.
Pois é mas e atão expliquem lá:
1) Se a Agência Internacional da Energia Nuclear sabia dos prédiozitos, porque é que não falou neles antes HMMMM?
2) Cadê o material em si? Quero dizer, a malta até acha piada às transladações imobiliárias no Iraque. O que não percebemos é o que aconteceu aos “aparelhos de precisão”. O prédio pode bem ficar para o xeique.
Porque quer-me parecer, que ou os equipamentos aparecem, mas para ontem, ou mais cedo ou mais tarde faz-se um inquérito imparcial, seguido de uma investigação profissional e neutra, várias análises a fotografias de satélites e acabamos aos tiros na Líbia ou na Coreia do Norte.
Isto até dá uma certa ajuda ao Bush, na altura da eleição. O homem escusa de explicar porque é que descoseu a camisa nas costas e passa a dizer, o que não deixa de ser fácil, dada a falta de jeito do Kerry, aquilo que lhe apetece (eu já disse que gosto do homem, mas até é fácil lixar o Bush, o outro gaijo é que também tem pouco jeito para a coisa).
Entretanto o Marcelo, que até tinha jeito para a coisa, e que NOS PODIA EXPLICAR O QUE SE PASSOU, foi censurado. É uma merda, essa é que é essa, porque agora anda tudo às apalpadelas para saber o que é que se passou no Iraque, na educação, no futebol etc.
Eu até aceito que o primeiro-ministro não goste do gaijo e puxe dos galões à média capital. Se andar para aí um gaijo a dizer mal de mim cada vez que o deixam abrir a boca, se calhar também não gosto e faço o que puder para o calar. Mas não percebo. Enquanto andava na Figueira, o Santana aprendeu a andar à pêra. Porque é que não se virou para o Marcelo e não lhe espetou dois bananos na tromba? A malta até percebia. Custa um bocado ao Zé votante é ter que assistir à malta a fazer que não fez.
O Governo não começou a fazer pressão à uma porrada de tempo, a média capital não falou com o Marcelo e a Assembleia da República não vai deixar de descobrir o que se passa. Porque o PCP agora, depois de há menos de 30 anos andar a ocupar propriedade alheia( e defender internacionalmente essa prática ainda hoje) está preocupado com o atropelo legal da comunicação, porque é em época de eleições, porque não foi entregue com 72 horas, porque não é emergência nacional mais porque isto e porque aquilo.
Olho caraças!!! Deixem lá o Santana em Paz. O problema deste país é que não se tem respeito à malta importante. Pode atropelar de vez em quanto mas nem por isso é grave, desde que o país saia da fossa, como parece que diz que vai sair para o ano. Que eu já sei o que vou fazer com o meu IRS. Vou abrir uma conta poupança em Inglaterra, para ter lá algum quando tivermos que pagar a factura.
E parem com as comissões de inquérito, que a malta prefere ver outras coisas, ou então ponham lá deputadas boas e bem arreadas, agora o inquérito à colocação dos professores, é que não tem jeito nenhum.
Já toda a malta percebeu que aquilo foi a funcionalidade pública a fazer a folha à ministra, e que o ex- ministro, contente de se ter safo, também queria ajudar na festa, mas que vai ser difícil porque a ministra até deu conta do assunto, sem grande chavascal das centrais sindicais (e devo dizer que estou um bocado desiludidito com a FenProf, que costumava ser bastante mais caceteira), mas agora a comissão anda numa de jogar à roleta russa “and round and round she goes, where she stops nobody knows” e toca de ir à Compta, que diz que não, houve foi falta de comunicação com o ministério e os consultores só fizeram merda, e que a Drª Joana Orvalho foi uma figura muito importante para (pasme-se) resolver o assunto e que (pasme-se ainda mais) até entregou listas de professores colocados e que (despasme-se e pasme-se outra vez) o ministério as recusou porque “tinha lá pessoas que percebiam de leis e que o artº 35 não podia ser ignorado” (até hoje estou para ver um empresa de software que não incorpore a legislação no seu software). E atão não era culpa da Compta.
Tá-se mesmo a ver que ia cair em cima de alguém. E neste momento a comissão chama a referida Drª Joana Orvalho, tece-lhe os maiores elogios na sua qualidade de funcionária pública (?) e o Sr. Examinador faz um discurso, do qual ninguém percebe patavina, para perguntar por algumas inconsistências à Joaninha, que do alto do seu busto um bocado abaleiado só o não mandou merecidamente para o caralho a mais a puta que o pariu, porque é uma senhora, mas o gaijo também não teria ouvido porque estava ali para mostrar dotes oratórios e curtir a tripé de ácidos e não para se preocupar com as respostas dos inquiridos ou conclusões do inquérito que, como qualquer pessoa minimamente organizada, até já deve ter escrito.

Todas estas histórias um dia antes de o Scolari dar 7 a 1 à Rússia (podia era ser à Grécia, foda-se para os gregos, que ainda não se disse mal suficiente dos cabrões de merda) para depois mandar à merda a jornalista que o chutou quando ele estava por baixo (é, empatar agora é levar na pá).

Ou seja: Da América à Assembleia da Republica Portuguesa, passando pelo Brazil e pelo Iraque, TODA A GENTE ESTUDA PELA MESMA CARTILHA.

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