sábado, janeiro 29, 2005

 

Poluição publicitária



Ora atão vamos falar de publicidade, do reclamo meus senhores!
Que antigamente um gaijo ainda sabia a quantas é que andava, que era os reclamos e que quem muito reclamava pouco fazia.
Ora o mundo lá evoluiu num sentido mais complexo e os reclamos passaram a anúncios, que passaram a spots, que passaram a comunicação.
Ora atão a comunicação pode ser entendida, pelo comum da malta, como a ciência de criar na malta geral ou específica os comportamentos desejados.
Conforme seja comercial ou política, é também costume designar-se por publicidade ou propaganda, mas isto num nível já mais da sociedade civil, propriamente dita, não sendo aparentemente bem assim ao nível dos gurus dessa nobre ciência com laivos de arte.

E até aqui tudo bem, está bem de ver que cada um pode puxar a brasa à sua sardinha. Ora eu ando por aí.
Pois é, e ando um bocado encavacado com os reclames para a campanha política!

Atão um dos gaijos decidiu aparecer, depois do Tsunami, essa barbaridade de mortos que houve, com a frase “contra ventos e marés”. É que se não é para mostrar que o homem luta contra inimigos do tamanho do Tsunami, o que de si é de mau gosto, é para explicar que estão todos contra ele e que, mesmo assim, quer servir Portugal, apesar dessa multidão que não o quer deixar!
Tá boa...
Atão e o défice? E a falta de competitividade? E a bancarrota da segurança social? E o descrédito das instituições? E o gigantismo burocrático do estado? E a morte do sistema nacional de saúde? E a desgraça da educação, que condena a próxima geração a ser ainda mais atrasada que esta, social, cultural, económica e higienicamente?
Pronto, isso interessa menos desde que se vá para o combate político.
Pois o outro é mais inovação, brilho no olho, futuro rumo, acreditar de novo.
Em quê, no crescimento do investimento do estado? No aumento do funcionalismo público? Nas mesmas estruturas de à 3 anos? Nos hospitais públicos? Na reformas contínuas da educação, que acabaram com a história como fundamento de conhecimento do que se passa à nossa volta e com a aritmética para o compreender? (pois é verdade, é mal ser a favor do empinanço da tabuada, que custa a aprender)
Temos um gaijo que é porreiro: Portugal antes de tudo, emprego para todos, etc. É o tamos com vocês. Sou, purzemplo a favor do fundo vermelho a arder, da imagem de herói de filme de guerra, do brilho nos olhos de quem já viu muito e quer ver mais, e tem ainda muito para lutar. Acho que este é um bom reclame.
Sou menos a favor do voto útil. A imagem de mangas de camisa com gravata sobre um azul céu é um bocado eities, tá datada, mas pronto não é mau.
Agora, não percebo bem as três gaijas do giratório, a baloufa, a velha e a verruginosa. São de que partido? É que não se vai lá porque não se vê o logótipo do partido (a “sigla”). Se calhar é um bocado tipo Alessandra Mussolini, sem o corpo, mas com o mesmo regabofe.
E de campanha, de reclamos era isto, o mesmo dos anos passados, não fosse a guerrilha:
O desgraçado do herói do tsunami leva narizes de palhaço pelo país todo, ao mesmo tempo que o gaijo da inovação é ajavardado com um reclame tipo KÉKELEFEZ, PELAMORDEDEUS? CONHECE MESMO ESTE HOMEM?
Abstraindo da justeza do nariz de palhaço e do achincalhamento à obra:
Minhas senhoras comportem-se! Tenham termos!
É que isto de fazer publicidade não é andar à porrada metafisicamente. É fazer passar ideias e a ideia que um é palhaço e o outro triste não ajuda e só faz com que um gaijo, no caminho para o trabalho, fique a pensar que paga impostos demais. Para uma data de gaijas no período fazerem guerra de faz- de- conta umas às outras, porque ninguém lhes coça a sarna.
Tenho sinceramente mais o que fazer do que comentar a campanha política, mas isto é estragar o ambiente e mostrar que têm tempo a mais nas mãos.

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