sábado, março 12, 2005

 

A mania dos gaijos

É chato como o caraças, mas é um hábito muito nosso. Toda a malta faz uma coisa como toda a gente a faz, porque é assim que se faz, mas não se aplica a eles.
É muito português. Se não note-se: toda a malta que anda na estrada, MAS TODA A MALTA, fala dos limites de velocidade e que devem ser cumpridos, MAS TODA A malta os desrespeita e não há uma alminha que advogue o aumento dos limites, ou a abolição dos mesmos por ser uma parvoíce, que toda a malta desrespeita, que basta andar na rua e ver (“eu não xou guarda e fará o favor de se retirar do Tascalhão que estamos fechados para a costumeira limpeza”... “de quê?.. “ora do Tascalhão, onde quem cá está cumpre a lei”).
Mas não é grave, dá umas lérias ao Ministério da Administração Interna em multas e mais dia, menos dia a coisa volta a acalmar e lá voltamos todos a deixar de reclamar com as multas e auto stops para reclamar com os desgraçados dos animais que ultrapassam os limites, diferentes de nós que passamos os limites porque evidentemente sabemos o que andamos a fazer.
E por isto a fobia radáristica da BT nem é grave, mas o que me lixa realmente é que queimei a língua.
Ma Merda isto. Queimei a língua porque, apesar de ninguém beber o café a escaldar, apesar de toda a malta do deixar arrefecer, a maior parte dos energúmenos que está atrás de balcão de casas mais finas que o Tascalhão, onde não há nada sem álcool até os copos se lavam com bagaço e gin, tem por mania escaldar a bica.
E os grunhos ignorantes dos clientes deles acham bem e fingem que apreciam, com aquele descanso que é casual ao indígena cá da terra que, não sabendo bem as regras de etiqueta, é ignorante de mais para as perguntar. Leiam o livro da Paula Bobone, ó que caraças!
Não vale a pena, a bica não tem que ter chávena escaldada EXCEPTO no caso de existirem sérias dúvidas sobre a limpeza da chávena, mas aí é só mudar de tasca que estes gaijos alinham todos pelo mesmo preço. E é por cretinices destas que a produtividade deste país anda na rua da amargura que anda, que até tem que ser discutida em São bento, porque primeiro a malta acha que pode dispor de tempo para esperar que a bica em chávena aquecida arrefeça (aliás, primeiro arrefece a chávena e depois a merda da bica) para aí num quarto de hora.
Depois porque alguém tem que pagar a electricidade gasta, que é chato porque a electricidade é praí das únicas facturas que os canhurros hoteleiros, como o sevandija que me serviu a bica, apresentam, o que significa mais um CUSTO numa actividade onde não há facturas de vendas, o que dá PREJUÍZO e significa que mais uma vez, quem paga é esse amigo de longa data do Zé Barroso, o Zé da Maria AKA Zé pagante e, em terceiro porque da mais malcheirosa rebimbalha ao mais médio alto restaurante, o preço da bica não varia, o que mostra uma economia bastante parva e incapaz de fazer face tanto ao leste como ao oeste.

E evidentemente, ter um país onde a malta mutila o cliente, só pelo prazer de mostrar que tem um serviço para conhecedores, isso atão é que nem se fala.

Comments:
Ok.
Já me explicaram.
Disse-me um entendido do chá (?)(as acho que é parecido)que se aquece a chávena PARA O CHÁ NÃO PERDER AS PROPRIEDADES.

Quem é que sabia. E quais são as propriedades do café?
 
Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?